no fim do verão as crianças voltam
correm no molhe correm ao vento
tive medo que não voltassem
porque as crianças as vezes
não regressam
não se sabe bem porquê
mas elas tambèm morrem
elas frutos solares
romãs laranjas dióspiros
sumarentas no outono
a que vive dentro de mim
tambèm voltou
continua a correr nos meus
dias
sinto os seus pequenos olhos
a brilhar como pregos cromados
sinto os seus dedos a cantar com
a chuva
a criança voltou corre no vento
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