domingo, 30 de outubro de 2016

PACTO DE AMOR E PAIXÃO

PACTO DE AMOR E PAIXÃO

O meu peito palpita de amor
Corpo quente que por ti depreende
o meu sentido deleita no teu olor
aos teus encantos a minha alma rende .

O teu corpo labareda e flameja
ondas de vento sabor da fragrância
entregamos nessa paixão em harmonia

paixão ardente seiva que nos
sustenta em consonância
 pactuamos nessa paixão
em harmonia brindamos
e amor vivemos em sintonia


MEU DESEJO , MEU ENCANTO

MEU DESEJO , MEU ENCANTO

Contemplo o céu azul
coberto de estrelas cintilantes
contemplando o teu olhar
tão esbelto e belo
o desejo de encantamento
da noite desvario   em profusão
delírio em açoite almas inebriadas
enternecidas apaixonadas .

Cálice vertente vinho que ergue
a vida possui - me o desejo
intenso  calor entorpece - me
os sentidos alucina - me faz - me
 menino teu deus divinal

Nossos delìrios de amor
acalento transbordam na noite
juras e encantos no aposento
dos prazeres

Verdadeiro céu interminável
êxtase eterna lua e mel

Segue - se nossos dias
no mesmo compasso
repleto de amor

repouso nos teus braços



O SILÊNCIO

O SILÊNCIO

Quando a ternura
parece jà do seu
oficio fatigada ,
e o sono a mais
incerta barca
ainda demora
quando azuis
iirropem

dos teus olhos
e procuram nos meus
navegação segura

è que eu te falo
das palavras desamparadas
desertas pelo silêncio fascinadas .


MENTIRA E TRAIÇÃO

MENTIRA E TRAIÇÃO

Existem coisas que nòs achávamos
que sò aconteciam em filmes . Algumas
maldades eu pensava que sò podiam existir
na cabeça de escritores , autores de cinema
ou novelas .

Por exemplo : que a nossa mente por compulsão,
tem a coragem de enganar e trair com a cara mais

lavada  do mundo , quem faz isso ainda
acredita que está certo .

Eu talvez tenha tido a sorte de não ter
evidenciado sofrimentos terríveis durante
praticamente toda a minha vida , sò
 algumas situações difíceis que não fogem
ao padrão .

Tudo bem , já me disseram que eu fui protegido ,
por isso acredito que todo o mundo è bom atè
a prova em contrário , deve ser isso mesmo .


O MUNDO È UMA ILUSÃO

O MUNDO È UMA ILUSÃO
que nele nada deve ser acreditado
por tudo ser uma farsa

O AMOR è amar sem a mesma
capacidade do oposto

Somos vitimas do amor
promessas vazias sem
acções não geram reações


A CHORAR

A CHORAR GRITO AO CÉU
que o teu coração lhe arranque
a dor ...

Que lhe traga o esquecimento
e será lembrança ...

Mas o céu aparenta não
querer ouvir o clamor ...


E o coração ainda sente
a infelicidade que esse mau amor
nos deixou ...



ESSÊNCIA

ESSÊNCIA

Roubo a esmola
a minha paciência
que me prende
à adoração ao amor
em continência e  è
a dor que me vai no
coração explico regras
sem sentido esfaqueadas

por uma deusa
e grito - te ao ouvido
amo - te princesa !

O meu sussurrar
saí despercebido
ao ouvido de quem
me ignora

a voz do mal recebido
entra e saí

fora a tempestade
que isola o amor

oferece desgosto e tristeza
que não se desgaste esse calor
na fantasia das incertezas

o mal que me quer vestido
de negro cu brindo de luto

essa paixão fugiste a sorte
com medo ...



CANÇÃO

CANÇÃO

Descansa , amor ,
entre os meus cabelos :
os sonhos descansa
e o desejo  de vê - los
ainda  em flor

Descansa , amor ,

tua esperança :
em mim descansa
o que em ti arde :
aquilo que se quer
sempre se alcança ,
e nunca è tarde .


Descansa , amor ,
entre os meus cabelos ;
felizes ou infelizes ,
( os dias è vivê - los )
em mim descansa
os braços  , as raízes
e as palavras que me
dizes .


COREIA

COREIA

Longe , là longe nas gélidas
montanhas , os homens morrem :
e dos seus olhos escorrem lágrimas
geladas .

Lado a lado
dois inimigos mortos jazem ,
e quem os veja como poderá
 saber se estão abraçados ou o que
fazem ?

Um è loiro , os olhos tem
da cor azul celeste :
o outro è escuro e a farda
que o veste ajudou - lhe
a vestir a sua mãe .

Lado a lado jazem
e tão novos !

tão sujos enlameados :
ai e estão abraçados
ou o que fazem ?


CAMINHADA

CAMINHADA

Nas  trevas a escura pedra
que a terra pariu  no inicio
floresceu entre raios e lava
           e foi
árvore abrindo  os longos
braços e cabelos verdes
sob a chuva , o vento e o
 desejo de ser


surdo bicho com garras , presas
e ìgneos olhos réptil erguendo - se
dos pântanos e voando aves jà
suaves no dealbar da primavera
chegava trazendo os homens
 carregados de espanto e ânsia

para que em luta e dor hora a hora
renovadas , sórdidos e divinos , aqui
vamos em busca em busca de nossa
própria face .



MERIDIANO

MERIDIANO

Para além de mim
está a minha presença
nos continentes
Calmo è o dia
da minhas face
sem noite nem dia .
Eis o Norte e o Sul
o Leste e o O este
Quem trás no peito
os solstício  de verão ?

Sò quem no fundo
das próprias trevas ,
eia !
tem asas e iras
para todos os ventos !




TÒNIO MANAÙ

TÒNIO  MANAÙ

Esta è uma canção
de Tònio  Manaù , amigo do poeta
e das águas do rio ,
      Ai Tònio Manaù !

Era barqueiro do Douro o Tònio Manaù .
Sua mãe o pariu nas àguas , pelo tempo
das cheias .

Ai Tònio Manaù !

Tinha um velho caíque o Tònio Manaù ,
e foi ao largo Valbom que o seu pai se finou .
                Ai Tònio Manaù !

Da Ribeira  a Avintes , eia ! , o Tònio Manaù
era o senhor dos remos , dos limos e das àguas ,
            Ai Tònio Manaù !

Vogava noite e dia , dia e noite , o Tònio Manaù
Usava calças  de cotim , camisa esburacada
             Ai Tònio Manaù !

E nunca teve outro mundo o Tònio Manaù
Amou a mulher que lhe coube dentro do seu caìque ,
             Ai  Tònio Manaù !

Ai lhe nasceram os filhos a Tònio Manaù
por destino  trazendo os fundos lodos do rio
             Ai Tònio Manaù !

E eram maus os invernos para o Tònio Manaù
as cheias vinham bravas e a fome dentro delas
          Ai Tònio Manaù !

Por isso , quando Março  chegava , Tònio Manaù
berava ,  suave nos cercos  da pesca do sàvel .
            Ai Tònio Manaù !

Mas a fartura jamais chegou para Tònio Manaù
Ano após ano a mulher lhe paria no meio do caíque
           Ai Tònio Manaù !

Sabia os mistèrios ribeirinhos o Tònio Manaù
Uma esrtrela morava , o guiava suspensa no  bico
da proa .
               Ai Tònio Manaù !

E sabia antigas històrias o Tònio Manaù
Era amigo do poeta e dos peixes e das àguas
do rio .

                Ai Tònio Manaù !

Embebedava - se de vez enquando o Tònio Manaù
suas pragas eram cantos de raiva na boca das  àguas
                 Ei Tònio Manaù !

Fumava pontas num velho cachimbo o Tònio Manù
e usava calças de cotim , a camisa esburacada ,
           Ai Tònio Manaù !

Mas amava o rio como a irmão o Tònio Manaù
Que bom o suor das rtemadas , o gemer dos toletes .
                 Ai Tònio Manaù !

Por isso quando a cheia grande veio o levou , que
boa morte que teve
                          o Tònio Manaù .

Que boa morte teve ...
                              Ai Tònio Manaù !






 


A AVE SOBRE A CIDADE

A AVE SOBRE A CIDADE

Era noite fechada
na cidade insole ,
saí  para ruas ,
não sei buscava :
Achei uma ave !
Achei uma ave !

A noite era dia ,


a noite era dia
para quem tinha
achado uma ave .

Ofegante corria ,
a todos mostrava ,
a todos mostrava
a admirável ave
que na mão levava

Mostrava feliz
aos vagabundos
e às prostitutas ,
às criancinhas
e aos desgraçados

e todos corriam
 ao meu lado vinham
e todos levávamos
a ave sonhada :

Olhai esta ave !
Olhai esta ave !

Vinham os jovens
e as moças em flor .
a ave pousava - lhes
no bico dos seios :
vinham os poetas
e os operários ,

vinham os soldados ,
vinham os sábios
e as costureiras :

Esta ave è nossa !
Esta ave è nossa !

A noite era dia
e , cheias as ruas
como um rio
de risos , de lágrimas
de ansiedade ;

levávamos o sonho
há muito sonhado ,
levávamos a ave :
Onde outra igual ?
Onde outra igual ?

Foi quando vieram
os que não querem
nem flores nem aves
admiráveis ;

traziam o fogo
dos vivos infernos :

Largai essa ave !
Largai essa ave !

Então corri para eles
com a ave na mão ,

olhei - os nos olhos
com a ave nas mãos
e a ave cantava

sem corpo nos galhos
do meu ser violado ;

a ave voava
sobre a cidade :

Esta ave não morre !
Esta ave não morre !









MATERNIDADE

MATERNIDADE

Quem foi que despenteou
o teu cabelo , Ò minha amada ?
Que cálido olor ou ventos pôs erectos
teus seios os bicos roxos ?

Com que sopro ? com que sémen
te fecundei ? ò clara , brava
companheira que jamais a meu lado

temeste precipício ou sombras :
là no fundo dos teus mares
que pequeníssimas mãos
se agitam ? que navio irrompe
do teu sexo vindo dos confins
da oceânica noite com marinheiros
de todas as raças trepados nos mastros ?

Que súbita aurora deflagra
à nossa volta ? Que gritos
de revolta e dor e triunfo
se desfraldam nos ares
surpreendidos ?

Eia companheira , è o teu filho
que chega ! São as mais poderosas forças
do mundo abrindo entre sangue e dor sua
torrente indomável :
è a primavera que canta
nos nossos troncos mortos ,

è o rebentar das folhas e ramos
e olhos e mãos dos gomos secos :

são os gritos dos gaios com cio
nos montes de todos abertos
e as searas de braços que nascem
nos campos despovoados  :

são fontes e mares que rebentam
e homens de rostos sereno
que reerguer as cidades :

são mastros e velas que nascem
e olhos e mãos de cascos podres
dos nossos barcos submersos ,
e são homens audazes e belos
crescendo ao leme e à proa :

è a primavera mais bela
das idades , que chega
com arados e asas e iras
jamais suspeitas
para acordar a força
que dorme nos corações
parados :

È o Homem despindo raios
das pontas dos dedos ,
vento do Norte , vento do Sul ,
homens e mulheres soprando
das trinta e duas pontas
da rosa dos ventos !




sábado, 29 de outubro de 2016

POEMA PARA LANGSTON

POEMA PARA LANGSTON

As silenciosas mãos
atravessaram a espessura
das cadeias desceram às
minas e cantaram nas bielas
e nos êmbolos  correram ao
longo dos trilhos e abriram
- se cerraram - se no coração
do poeta



eu estou chamando os nossos
irmãos negros da Carolina do Sul
hoje mesmo lincharam Bob nosso
companheiro eu estou chorando
contigo nosso irmão negro da
Geórgia de São Paulo

nosso irmão negro que trouxeram
de África com cadeias aos pès
ah ! mas as silenciosas mãos
crescem na noite e erguem - se
fecham - se implacáveis
e as paredes das cadeias estremecem
e no fundo das minas
fica claro como se amanhecesse
o poeta jovem está ouvindo o sonoro
canto das asas dos acroplanos

e chora
e cerra os dentes
e chama para longe
e claramente o ouvem e se agitam
e crescem e avançam
os homens
as silenciosas mãos são a tua voz
Langston voz dos escravos
imponderáveis subtilìssima mãos  feitas
de fogo vivo e è um  incêndio que alastra
alastra alastra
na Geórgia e na Carolina do Sul
em São Paulo
rubras gigantescas mãos cada vez maior
crescendo multiplicando - se na Geórgia
e na Carolina do Sul em São Paulo
nos confins da velha  África ultrajada
nas aldeias e nas cidades
as silenciosas mãos atravessam as paredes
 das cadeias    e tocam suavemente o coração
dos heróis suavemente se abrem no coração
de  Bob










POEMA FECHADO

POEMA FECHADO

Poema fechado , fala dos tempos
] dos mistérios e medos )
da nossa provação

Falarás de dentes cerrados ,
paras que nitidamente
te ouçam os que sentirem
a angústia que os tempos

geraram sobre os ombros

Nada lhe dirá entretanto
na tua voz sabia
que eles `já sabiam ,
somente
correrá mais impetuoso
sangue nas suas veias inchadas :
somente
acordarás na noite gritos milenários
e farás empalidecer
os que negaram .

( Que suaves mãos me tocam na fronte suada ? )
Aqueles que fecharam de trevas
o universo inteiro ,
fechando - o ,
não suspeitaram que è fundo das trevas
que a luz vem :
aqueles que deturparam o sentido das palavras ,
porque vivem da confusão ,
não sabem que è do caos que nascerão os mundos .

Ah , para além das palavras
há sentido do tempo
para quem o sentir !

Fecha - te poema sobre ti mesmo  ,
que ninguém te entenda
senão os que podem entender
o sentido das horas humanas
num quadrante solar :
fecha - te , que fechado , selado
por todas as angústias ,
acordarás no sangue dos heróis
as marés da ira .







SEMENTE

SEMENTE


Eis
dois dos gigantescos braços
demolidores ,
construtores
de cidades

Eis dois olhos perscrutadores

olhos imensos
e solares

Eis dois formidáveis
pès
rompendo entre estrelas
as estradas reais .

Oh , maravilha :_
Um simples menino
ainda na barriga
de sua mãe





HORA MANSA

HORA MANSA

Não seja noite nem dia
a hora em que vieres
Somente haja silêncio
na cidade morta

E suave me toques
e beijes na fronte
para que eu saiba


que ès chegada

Não haja galos
a anunciar - te

Nem ladrem cães
pelas esquinas

Não haja bandeiras
somente uma estrela
no fundo de mim
e um vento macio
correndo nas ruas





POEMA DE AMOR

POEMA DE AMOR

Os carros vinham despedaçados
da longa viagem quando os homens
e animais chegaram à beira do grande
rio .

( O vento dormia entre os salgueiros )
Olharam as suas àguas cheias de barcos
conduzidos por homens Trigueiros e mulheres

de cabelos compridos e seios erectos .
( Escuta minha amada , este poema de amor )

Era um estatuário majestoso e tranquilo , suas
águas verdes e azuis desendentaram   os homens ,
que vinham exaustos , e os animais quase mortos
A multidão lavou as  feridas , e acendeu fogueiras
na noite que vinha descendo sobre as praias .
O vento dormia . As rãs coaxavam .
Nasciam as primeiras estrelas .
( Afaga - me de manso os cabelos com as tuas mãos em flor ,
 que teus lábios me digam palavras simples . )

Então os navegadores trigueiros vieram à praia saudaram
os homens estrangeiros , e ofereceram - lhes canastra de peixes
fresco de todas as espécies que havia no rio .

E vieram as alfaias agrícolas , que vinham nos carros , olharam
os homens e animais exaustos , sabiam là de que duros trabalhos ?
e , na sua voz cantada e ardente , que lhe saia da boca , dos olhos e
das mãos , disseram - lhes : ( O vento acordou no salgueiral )

Bem - vindos sejais , irmãos . Não vos perguntaremos donde vindes
nem a que desolação , seca , flagelo , praga ou guerras fugis :
Basta - nos saber , e isso è evidente nas vossas faces , que sois gente
de rapina , ou nação guerreira , parasitas daninhos e vorazes que odiamos .
Nòs que vivemos da pesca e da navegação , ligando com as nossas proa
as varias cidades ribeirinhas disseminadas ao longo do grande rio , amamos
a paz e o trabalho .

Mas , vede  , toda esta planície por vòs trilhada  , na vossa jornada , è rasa e fértil ,
mas espera ainda os homens que venham fecunda - la .
Vòs que sois camponeses e que buscais , por certo terra nova  para os vossos arados ,
porque não haveis de lançar aqui sementes ?
Nòs vos daremos peixe em troca do vosso trigo , e vos traremos nos nossos barcos
tudo o que precisares , e venderemos nas cidades ribeirinhas , disseminadas  por todo
 o curso do nosso  rio o excedente das vossas colheitas .
( Eu amo - te , amor , mas queimo como um sopro de fogo , fala - me de manso ,)

Os homens que vinham exaustos de penosa , tragédia jornada , perdida para là dos desertos ,
agora assolada pelos ávidos , bárbaros invasores , olharam em silêncio os homens trigueiros
do grande rio , e lhes estenderam as mãos
E chamaram as mulheres e as crianças e deram - lhes a boa nova .
E acenderam fogueiras , prepararam os peixes , e mataram anhos brancos , e os comeram
mai - los homens trigueiros e as mulheres de cabelos compridos e seios erectos .
E ergueram cantos de fecundidade e abraçaram - se e dançaram atè que o sol veio .
( Canta - me , meu amor , uma canção de ninar , e dà - me os bicos dos teus seios , eu sou um
 menino . )

Assim nasceu a cidade do estuário : e  as mulheres  de cabelos compridos e seios erectos , conheceram os homens que chegaram exaustos da longa jornada : e os homens trigueiros ,
que conduziam os seus barcos nas rotas do grande rio , falaram de amor às mulheres claras ,
 cujos cabelos eram de cor de feno  seco , e cujos seios vinham murcho de tantos trabalhos
e fomes .  ( Levanta - te , vento , enche as velas )

E com o vir dos tempos , assim as searas e os pomares brotaram e floriram na planície
fecunda e rasa , agora plena , uma nova raça de homens fortes e mulheres bravas e belas
traçou as ruas e praças e cais da sua cidade pacifica e construiu  as suas leis progressivas
 e sabias .

( Sim meu amor , esta è uma página da nossa história comum , e um poema em si mesmo .
 Um dia  , ávidos monstruosos chegaram ali também os bárbaros e saquearam  e destruíram
a cidade pacifica , onde as leis eram sabias e os homens obreiros serenos e diligentes .

Mas novas cidades como esta , novas raças , novas leis sabias , surgiram no curso do grande rio infindável , e surgirão cada vez mais numerosas certo , tão certo amor , e inevitável como o fim próximo dos bárbaros . )







MÃE TERRA

MÃE TERRA

Senhora minha mãe Terra ,
boa mãe me geraste e me deste
os seios , homem pleno , eu te
 estou amando , teu corpo molhado ,
teus cabelos , teu ventre fecundo e
eternamente virgem , tu me pariste
por uma noite sem lua , há quantas
noites imensas ?

Tu me deste os grandes seios , eu os deixei
em sangue , noites e noites vieram, eu mamando ,
eu crescendo , crescendo , de berros acordei os astros ,
meus irmãos bichos pararam na floresta , sentiram minha
grandeza , encheram teus seios , Mãe encheram  a noite ,
minhas artérias se encheram , minhas veias , meu sexo ,
a floresta chamou as ventanias e gemeu com as alcateias
um canto de ameaças , vieram raios e trovões com assombro
e medos , tu me escondes nas dobras do teu ventre , no entanto
a alvorada vinha do outro lado do mundo ,era o Pai Sol , que me
 queria saudar , meu claro , rubro Pai , eu parei no meio da planície
sem limites , homem pleno , há um rumor de seiva , estalar de folhas
e ramos vermes e pássaros , latejar da minha carne , è quase dia agora ,
ai vem , meu Pai galgando as montanhas , dia de glória para nôs , Senhora
minha Mãe Terra .



POEMA

POEMA

Antes isso fosse
mãos e pès verdadeiros ,
caminho verdadeiro
e machados ,
arados ,
mãos crescendo nas trevas .
Antes isso fosse
um canto de galos

além nos quintais ,
e homens correndo
nas sombras da noite .

Ah ! fossem isto ventos !
desabar de casas ,
largada de navios
na madrugada
com acenos e gritos reais .

Fosse isto sangue
a ensopar - me a camisa ,
fosse isto sangue !
quente e espesso
nas minhas mãos .


RENOVAÇÃO

RENOVAÇÃO


Em cada dia morre
um homem em mim
Em cada dia nasce um
homem em mim

Sò o itinerário è o mesmo -
e isso decerto basta

E eu tenho saudades dos homens que fui !
E eu anseio , espero os homens que serei !

Dia após dia , eu me renovo , sigo sempre .
Meus olhos de ontem não são os meus olhos
 de hoje .

Um mundo morre , outro nasce em cada dia .

Sò o itinerário è o mesmo , e isso decerto basta !






PRIMEIRO DIA

PRIMEIRO DIA

Depois será como se nascêssemos
de novo , trouxemos para o dia
a nossa mais funda face .

Dia de chuva solar em nossos cabelos
iluminados . Erguemos os ombros
cansados . E nos reveremos nas águas

do próprio rio que somos , inextinguível

Pousarão as aves marinhas e as terrestres
nos nossos ombros escorrendo sol e limos ,
e as rãs adormecerão nos paùis
onde nos diluímos sofregamente raízes

E os peixes e os navios navegarão
em nosso sangue , na maior  das
navegações de todos os tempos

Erectos estará nosso braço , e formidável
Sob as nossas mãos crescerão as formas
anunciadas e as palavras brotarão dos
lábios , e serão searas e aves do tamanho
do mundo






CAOS

O CAOS

O caos nos chegará com a noite
Que será da nossa face ?
E dos nossos dedos trémulos ?

As praias  estão cheias de navios
com marujos na amurada e nos
mastros a acenar .


E haverá mulheres
de longos cabelos
com meninos pelas mãos
correndo nas ruas

Que mares ? Que céus ?
Que terras ainda por descobrir ?
Que noite » que fim de noite essa ?

Noite
de torrentes e de forças
desencadeadas

As mãos gesticularão iradas ,
e , entre montanhas de cadáveres insepultados ,
derrubarão as paredes
de novo erguidas


Ah , noite , noite ,
eis o teu fim .

Estaremos surdos ,
fechado o coração .

Que será da nossa face ?
e dos nossos dedos trémulos ?
Nossas mãos estarão terríveis
e implacáveis .









DESCOBERTA

DESCOBERTA


Não ,
não me venhas com vãs
filosofias ou morais duvidosas
basta !
deixem as convenções
atrás da porta :

para os que vierem simples e nus
eu estarei no átrio
e os receberei .

Eu edificarei a minha casa
( estou edificando )
no topo no mundo dentro de mim mesmo ,
e , em , verdade vòs comigo
a estais edificando
sò de ouvir - me , ainda que acheis singular
ou talvez idiota
que os versos sejam traves , pedra ,
cimento e aço
e a vontade e os braços de calafetes
e os moços de trolha .

Ah , è preciso ter olhos penetrantes
que vejam através das paredes !

E não tereis vòs olhos penetrantes ?
Nada hà em mim
que em vòs não esteja ,
somente a descoberta ,
um por um , tereis de fazê - la .




MERIDIANO

Para além de mim
está a  minha presença
nos continentes

Calmo è o dia
da minha face
sem noite nem dia .

Eis o Norte e o SUL  ,
O Leste e o Oeste

Quem traz no peito



os  sòlsticios de verão ?
Sò quem no fundo
das próprias trevas
Eia !
tem asas e iras
para todos os ventos !


País Terrestre


i
Algures
no ultimo recesso
do teu coração

là onde
talvez escondas
de ti mesmo o belo
rosto de navio
que desenhaste
um dia na noite
de Altamira




ai onde
derrota após derrota
teu destino è reconstruir
na beleza e na alegria
que inventares
teu rosto
teu navio
teu rastro ardente
nas trevas

ai na renúncia no massacre
quotidiano
no medo no desespero
na mais atroz ignorância
do que ès do que podes
nos golpes que te varram
flanco ma flanco
ò assustador obscuro bicho
no seu covil

Aì na fundura
do poço que escavares
em teus próprios fundamentos
para te esconderes escondo - te
de ti mesmo
os restos abjectos
do que devia ser a face luminosa
terrestre
dos conquistadores celestes


onde há um leão que ruge
no fundo de cada criatura
aì hás - de
a desfilada cavalgar tu também um dia
teus còrceis
de fogo e tempestade
a toda largura
de teu paìs terrestre




INCANDESCENTES REMOS

INCANDESCENTES REMOS

Longos vales florescem na manhã
do sonho que te sonha ave , estrela ,
doce visão terrestre que de vê - la
fica cego olhar , secreto amor

da morte , onde viver è esquecê - las
Universo nocturno da manhã para
habitarmos , trânsfugas da vâ glória
de deuses mortos sem sabê - la .


Vento vinho do mar , cósmico
gosto , renasces na areia que
incendeias quando afundo os
dedos no teu rosto

Assim me encontras nas areias
mortas do que fui , rio cujo rosto
viaja sem descanso em tuas veias

Que mistério nos cruzou nossas estradas ?
Em que nocturnos mar nos conhecemos `
Quando  sob o luar adormecemos
quem nos conduz às barcas ?

Que morta pátria nunca esquecemos ?
Que habitação solar , que face alada ?
Que deuses não sabendo nada nos forjam
de fogo estes remos ?

Que visão perseguimos ? que substância
imortal e vã  , cego voo , ânsia buscamos
um no  sem cessar outro ?

Toco - te com o dedo nas espáduas :
e sùbito um relâmpago  nas águas
atravessa invencível noite e mar .


quarta-feira, 26 de outubro de 2016

SUSPENSA ESTRELA OU MAR

Suspensa estrela ou mar
onde adormeço cansado
das viagens que te fiz ,
translúcido  cristal
onde amanheço
subitamente jovem ,
nu , feliz ,

na brisa que nos vem
desse país onde habitamos


logo no começo - em ti   , líquida estrada ,
nave , berço memorável da última raiz
vulcânica do homem , ò cidade onde
a mesma substância a si se baste num
cântico de espuma e claridade

em ti renasce o rio que sulcaste
desde o fim ao inicio , noutra
idade quando eras sol e fruto ,
céu e haste .


OS CICLISTAS

Na noite do teu país
amanheces , rosto
puro .

È uma asa  a liberdade
voar nela no futuro

Voas nela como o sopro
que trazes no coração
como o fogo , como a ira

com a sua voz de trovão ,
latitude a latitude

+e uma asa a liberdade ,voa nela , juventude ,
voa nela , furacão ..


LEGENDA PARA UMA JOVEM

Respira livremente , amiga .
Ès  jovem :
Guardas ( ainda ) em teus
frágeis  membros a secreta
força que move a pedra , o
sonho , a beleza eterna .

Do pó por tuas mãos , teu
olhar , teus lábios for tocado
nascerão searas , as asas do futuro


De cada rèstea de sol  , de cada
gota de orvalho um rio ilumina ,
uma cidade  a crescer - te
resplandecente sobre , os ombros
Vive , respira , pois .

E , erecta , caminha ondas
na relva , no ar , na luz de
que ès a imagem efémera ,
 perfeita , triunfante .


ALADO ROSTO

Eis
a estrada o rio
a noite a aurora

O vórtice negro
a carola segue a
madrugada

Caminho
hà dois milhões

de anos
sou eu próprio
o mar
e o navio

atravesso lado a lado
montanhas planícies

incansável viajo
na fome no lume
que me devora

sobre os ombros
sangrentos
abrem - se meus dois
rostos na minha cabeça

o alado rosto emerge
simétrico do outro feroz
sua contradição inimigos
e irmãos devorando - se
renascendo anjos e demónios

Caminho a milhões de anos
oh glória
oh destino

busco a alvorada as faldas
da manhã

viajo
na fome que me devora




HERANÇA

Que rosa vermelha
entre loureiro há
ressuscitado ?

A pè  , companheiros ,
que os mortos estão de
pè ao nosso lado .

Roxo de fome , angústia ,
sede e morte na solidão :

nada  nos importe
senão a aurora que
levamos no coração

Que nos arranquem a lìngua ,
as veias , os olhos , os nervos ,
 a pele que reste .
Não è de servos
o relâmpago espantoso  que veste !




NO SILÊNCIO

NO  SILÊNCIO

Construamos , amor
nossa morada ,

Na pedra , na água ,
no relâmpago , no
canto desta ave .

Na angústia , no sangue ,

na morte e na vida , na esperança
em flor desta seara .

Nos ares , nos céus , nas minhas
impuras palavras , na sede , na fome ,
nesta baioneta , nesta espingarda .

Na chuva e no vento , na relva ,
na manhã que nasce com este menino .

No sol e nas flores , nas nuvens , nos
rios e na inocência deste peixe deste
insecto .

No frio e no fogo , no amor e na ansiedade
no voo deste pombo branco .

No silêncio , meu amor , no silêncio e no
terror com um abutre de raiva entre os dentes ,

com um pombo branco
no coração


CANTO DE AMOR EM HEROSHIMA

CANTO DE AMOR A HEROSHIMA

Vem , meu amor , e vergados , floridos
de tormento sob a amarga primavera
de destroços , sórdidos e divinos ,
uma vez mais re - construamos a nossa
a nossa humana face .

Que è feito de tudo o que foi querido ?
O que amamos onde foram , onde estão
eles ? Não choremos agora que em vão
seria , antes sob tanta dor , em nòs

 próprios busquemos a sua
perdida face

Sós , no  pavor deste mar
de chamas abraçados , submersos
no caos , no asco na maldição
apocalíptica , ainda nos resta
o nosso amor , a nossa espantosa
e fecunda serenidade

Fito - te querida , e a voz com que
me chamas obscura e terrível ,
abre - se como um abismo onde
me despenho exasperado , de
mim sedento ;

contigo nos braços , atravesso
as paredes cerradas do ódio ,
o muro ácido das trevas e ,
fundo , em teus flancos
cravo os rubros de madrugada

Sim , meu amor , vergados e floridos
de tormentos e espanto sob esta amarga
primavera de destroços , somos nòs ainda
a semente , o rio , a estrada onde indestruìdos
ressoam os passos e as vozes da jornada





DÀDIVA

Se  è somente o teu rosto
que verei nascer um dia
a madrugada ,

porque será que nunca
te direi as palavras
que precisamente
guardo para ti ?

contigo sou capaz

de falar do tempo ,
das aves ,
de tudo menos
de amor

e nada te peço ,
nada te ofereço
senão esta casa
iluminada ,
este navio no mar


IDENTIDADE

IDENTIDADE

Eu sou o vento
que havia de vir
onde os homens
nasceram para
amar ,

eu sei que jà nada
nos poderá separar

eu beijo - te na boca
na face com todo o
nosso amor

eu sopro
e trago comigo
a chuva e os poemas ,

canto , levo sementes
redentoras , lanço - as
conscienciosamente ,
eu sou o vento semeador

as minhas sementes são
o amor e o meu gesto

è o mais belo que o mundo
viu ; da terra negra os homens
novos brotam e as novas mulheres ,
erguendo os braços , o sol os veste
de fraternidade

eu sou o vento que havia de vir ,
o vento necessário , escutai a
canção admirável dos meus
lábios de poeta

e deixai que eu passe ;
eu quero beijar - te suavemente
em flores magnificas

que se está a conceber , deixai que
 eu passe bonançosamente e semeei
em paz , quando não passarei de
 qualquer forma , serei o furacão que tudo
 subver - te , pois a sementeira terà de se fazer





AMOR FECUNDO

AMOR FECUNDO

VEM ,
tu ès a minha rapariga ,
aquela  que eu espero
sem preconceitos errados
nem cinismos de espécie
 alguma porque ès humanamente
pura e digna das caricias que guardo
desde o fundo de mim .


VEM .
ò minha rapariga , ò companheira resoluta
que irás comigo partilhar os caminhos bons
ou difíceis  dos próximos dias das próximas
 jornadas, enquanto  desvendarmos os
 mistérios da nossa unidade em terra e em sangue ,
caminharemos lado a lado , o mundo será nosso ,
debaixo dos nossos pès brotarão fontes , seremos
 claridade

VEM ,
e eu levarei as crianças travessas dos meus
olhos a brincar , junto dos teus que são
piscinas de águas fosforescentes com pepitas
de ouro no fundo e cheias de peixes multicolores

VEM
e serei o sudoeste bonançoso afagando as dunas
macias dos teus seios
mai - los teus cabelos longos ,
diluídos entre blandiciosos
perfumar - te  - ei de maresia
e cantar - te - ei uma canção
canção de amor suavíssima

VEM ,
e hei - de espremer a carne sumarenta
da tua boca entre os  meus beiços
queimados das sedes o fundo de mim

VEM
eu sei que viràs nua no corpo e na alma
na hora própria de nòs dois e rasgarei
a leivas vermelha do teu sexo , semear -
- me - ei e refloriremos











terça-feira, 25 de outubro de 2016

CANÇÃO DO AMOR FECUNDO

CONQUISTA

MEU AMOR !

O que tu ès , sou eu.
Olha bem para mim :
tenho mãos , tenho pès ,
tenho olhos fundos ,
tenho beiços rubros
e um sexo aberto !

O meu destino è o teu :


Terra ! Terra ! Terra !
somos terra ! terra
vermelha e negra ,
terra farta de campos ,

poeira de astros , lama ,
rocha , estrume , flor ,

terra vermelha e negra  ,
terra , mãos e pès ,

olhos fundos , boca rubra ,
sexo aberto ao sol !

orgulha - te comigo , meu amor !
saúda comigo a vida !

pelo sol e pelos bichos ,
pelo cascalho dos caminhos

pelas fontes e montanhas ,


por toda a miséria e por todas
as chagas  , por todo esterco
e pelo génio , por tudo o que
de mesquinho e grande nos
fez HUMANOS ,
AMADA !

Olha - me bem a fundo nos olhos
e , de mãos dadas , rompe comigo
à conquista do mundo !




quarta-feira, 5 de outubro de 2016

floresypoesia: A PRIMAVERA

floresypoesia: A PRIMAVERA: A PRIMAVERA Quem me quiser dar uma nova esperança  perdida , dar - lhe ei por ela a vida È paga muito desigual a que ofereces a q...





O que temo em ti não são as palavras

è o desleixo com que derramas a

penumbra a lassitude com que

abrigas o silêncio o abandono

com que partes sem deixar




A PRIMAVERA

A PRIMAVERA

Quem me quiser dar
uma nova esperança
 perdida ,
dar - lhe ei por ela
a vida

È paga muito desigual
a que ofereces a quem
te der a sombra de um
bem que è sujeito a
 tanto mal



E SE A VIDA  menos vale  
que uma esperança perdida ,
não è menos dar - lhe a vida

COM OS DESEJOS
de há vê - la :

PROMETES muito em teu
 dano , mas cuido que faço
engano em dar pouco por ela .

Se a vida te importa tê - la ,
porque dàs por ela a vida?

PORQUE uma e outra è perdida ;
Onde achaste em tais casos
Menos a tua esperança ?
Perdeu - se numa mudança ,
Nunca dela dela soube mais .
Se deres dela os sinais.
Te será restituída :
Vai cerrada e não
fugidia

Fausto  Fonseca

Poetry Flower

Contacto :351 915 179 813

Alfena / Porto

   Obrigado !



terça-feira, 4 de outubro de 2016

floresypoesia: DINOSSAUROS EM JANEIRO

floresypoesia: DINOSSAUROS EM JANEIRO: DINOSSAUROS EM JANEIRO DE TEMPOS EM TEMPOS , O MUNDO TORNA - SE NOUTRO , RENOVA - SE SUCEDEM GERAÇÕES , VÃO CADA VEZ MAIS AO FUNDO...



Como acontece aliás com todos

os seres mistos



por exemplo , caso tivesse

atitudes como homem ,

um pensamento belo ,

experimentasse sensações

nobres e delicadas , ou

praticasse uma das boas acções ,

então o lobo no seu interior

  arreganhava os dentes

e ria mostrava - lhe com

 amarga ironia

o quão ridículo

era aquela nobre

encenação aos seus

olhos de fera



Herman Hesse

DINOSSAUROS EM JANEIRO

DINOSSAUROS EM JANEIRO

DE TEMPOS EM TEMPOS ,
O MUNDO TORNA - SE
NOUTRO ,

RENOVA - SE SUCEDEM GERAÇÕES ,

VÃO CADA VEZ MAIS AO FUNDO , SOTERRADOS A
ALICERCES , PISO , COVA  ,
sob os passos que tu pisas ,
apartado a reboque ao desconecto
os valores e poderes , cristalizados ,
em rocha permanente .

OBELISCOS  IMUTÁVEIS ,




MARCAM SECTORES
das  antigas almas que encarnamos ,
denegadas , vagam soltas na mente .

O NOVO MUNDO vê - nos como fósseis .
Nas luas que ficaram perdidas , nas auroras
a muito amanhecidas que num despontar
a mais , EIS ; SOLTAREM ROTEIRO DAS
VIDAS , DESPRENDERAM SEQUER
DESPIDAS .

LONGE   AS VEZES  NOUTRO MUNDO
ANDO A VAGAR ENTRE DINOSSAUROS ...
ENTRE CASULOS OCOS DE BORBOLETAS ,
EXPLORANDO , NÃO ONDE , MAS
 QUANDO .


ARQUEOLOGIA de vestígios e muros ,
escavo areias num girar de ampulhetas .

A ALMA CONFINADA NESTA TERRA ,
por fora , aqui corpo ; longe por dentro .

O RELÓGIO fará a todos os estrangeiros  ,
alienígena na era ,

NESTE NOVO , novo , novo  que enfrenta
de tempos em tempos dinossauros em Janeiro .


Fausto Fonseca

Poetry Flowers

FloresyPoesia

@floresepoesia63 / facebook.com

Contacto :351 915 179 813

Alfena / Porto / Portugal

          Obrigaddo !





segunda-feira, 3 de outubro de 2016

PoetryFlowers



Rasque o teu destino
rega  as tuas plantas ;
ama as tuas rosas
o resto è sombra
de árvores alheias


















Enquanto não atravessarmos a dor da nossa própria
 solidão ,
continuaremos a buscar - nos noutras metades ,
para vivermos a dois , antes è necessário ser um


Aprendo que não posso exigir o amor
a ninguém ... posso apenas dar boas
razões para que gostem de mim .. e
ter paciência para que a vida faça o
resto

Na vida e no amor , não temos
garantias ... portanto não as
procure ... viva o que tem de
ser vivido .. sem medos ...

O medo è um dos piores inimigos
do amor e da felicidade

Quero ignorado e calmo
por ignorado , e próprio

Por calmo , encher os meus dias
de não querer mais deles

Aos que a riqueza toca
o ouro irrita a pele

aos que a fama bafeja
embacia a vida

aos que a felicidade
è o sol , viva a noite

mas ao que espera
tudo o que vem
è grato .

Eu não sei senão amar - te
nasci para te querer


ò quem me dera beijar - te
e beijar - te atè morrer ...
te amo meu amor!
     Beijos estejas onde estiver
 te amarei atè a minha morte
mesmo após ela o meu amor
por ti è eterno















Amar




Como è por dentro outra pessoa
quem poderá sonhar ?

A alma de outrem è outro
universo com que não há
comunicação possível ,
com que não hà verdadeiro
entendimento .

Nada sabemos da alma
senão da nossa :

a dos outros são olhares ,
são gostos , são palavras ,
com a suposição de qualquer
semelhança no fundo

Eu nasci para te amar