Contemplo o céu azul
coberto de estrelas cintilantes
contemplando o teu olhar
tão esbelto e belo
o desejo de encantamento
da noite desvario em profusão
delírio em açoite almas inebriadas
enternecidas apaixonadas .
Cálice vertente vinho que ergue
a vida possui - me o desejo
intenso calor entorpece - me
os sentidos alucina - me faz - me
menino teu deus divinal
Nossos delìrios de amor
acalento transbordam na noite
juras e encantos no aposento
dos prazeres
Verdadeiro céu interminável
êxtase eterna lua e mel
Segue - se nossos dias
no mesmo compasso
repleto de amor
Existem coisas que nòs achávamos
que sò aconteciam em filmes . Algumas
maldades eu pensava que sò podiam existir
na cabeça de escritores , autores de cinema
ou novelas .
Por exemplo : que a nossa mente por compulsão,
tem a coragem de enganar e trair com a cara mais
lavada do mundo , quem faz isso ainda
acredita que está certo .
Eu talvez tenha tido a sorte de não ter
evidenciado sofrimentos terríveis durante
praticamente toda a minha vida , sò
algumas situações difíceis que não fogem
ao padrão .
Tudo bem , já me disseram que eu fui protegido ,
por isso acredito que todo o mundo è bom atè
a prova em contrário , deve ser isso mesmo .
Roubo a esmola
a minha paciência
que me prende
à adoração ao amor
em continência e è
a dor que me vai no
coração explico regras
sem sentido esfaqueadas
por uma deusa
e grito - te ao ouvido
amo - te princesa !
O meu sussurrar
saí despercebido
ao ouvido de quem
me ignora
a voz do mal recebido
entra e saí
fora a tempestade
que isola o amor
oferece desgosto e tristeza
que não se desgaste esse calor
na fantasia das incertezas
o mal que me quer vestido
de negro cu brindo de luto
Descansa , amor ,
entre os meus cabelos :
os sonhos descansa
e o desejo de vê - los
ainda em flor
Descansa , amor ,
tua esperança :
em mim descansa
o que em ti arde :
aquilo que se quer
sempre se alcança ,
e nunca è tarde .
Descansa , amor ,
entre os meus cabelos ;
felizes ou infelizes ,
( os dias è vivê - los )
em mim descansa
os braços , as raízes
e as palavras que me
dizes .
Nas trevas a escura pedra
que a terra pariu no inicio
floresceu entre raios e lava
e foi
árvore abrindo os longos
braços e cabelos verdes
sob a chuva , o vento e o
desejo de ser
surdo bicho com garras , presas
e ìgneos olhos réptil erguendo - se
dos pântanos e voando aves jà
suaves no dealbar da primavera
chegava trazendo os homens
carregados de espanto e ânsia
para que em luta e dor hora a hora
renovadas , sórdidos e divinos , aqui
vamos em busca em busca de nossa
própria face .
Para além de mim
está a minha presença
nos continentes
Calmo è o dia
da minhas face
sem noite nem dia .
Eis o Norte e o Sul
o Leste e o O este
Quem trás no peito
os solstício de verão ?
Sò quem no fundo
das próprias trevas ,
eia !
tem asas e iras
para todos os ventos !
Quem foi que despenteou
o teu cabelo , Ò minha amada ?
Que cálido olor ou ventos pôs erectos
teus seios os bicos roxos ?
Com que sopro ? com que sémen
te fecundei ? ò clara , brava
companheira que jamais a meu lado
temeste precipício ou sombras :
là no fundo dos teus mares
que pequeníssimas mãos
se agitam ? que navio irrompe
do teu sexo vindo dos confins
da oceânica noite com marinheiros
de todas as raças trepados nos mastros ?
Que súbita aurora deflagra
à nossa volta ? Que gritos
de revolta e dor e triunfo
se desfraldam nos ares
surpreendidos ?
Eia companheira , è o teu filho
que chega ! São as mais poderosas forças
do mundo abrindo entre sangue e dor sua
torrente indomável :
è a primavera que canta
nos nossos troncos mortos ,
è o rebentar das folhas e ramos
e olhos e mãos dos gomos secos :
são os gritos dos gaios com cio
nos montes de todos abertos
e as searas de braços que nascem
nos campos despovoados :
são fontes e mares que rebentam
e homens de rostos sereno
que reerguer as cidades :
são mastros e velas que nascem
e olhos e mãos de cascos podres
dos nossos barcos submersos ,
e são homens audazes e belos
crescendo ao leme e à proa :
è a primavera mais bela
das idades , que chega
com arados e asas e iras
jamais suspeitas
para acordar a força
que dorme nos corações
parados :
È o Homem despindo raios
das pontas dos dedos ,
vento do Norte , vento do Sul ,
homens e mulheres soprando
das trinta e duas pontas
da rosa dos ventos !
As silenciosas mãos
atravessaram a espessura
das cadeias desceram às
minas e cantaram nas bielas
e nos êmbolos correram ao
longo dos trilhos e abriram
- se cerraram - se no coração
do poeta
eu estou chamando os nossos
irmãos negros da Carolina do Sul
hoje mesmo lincharam Bob nosso
companheiro eu estou chorando
contigo nosso irmão negro da
Geórgia de São Paulo
nosso irmão negro que trouxeram
de África com cadeias aos pès
ah ! mas as silenciosas mãos
crescem na noite e erguem - se
fecham - se implacáveis
e as paredes das cadeias estremecem
e no fundo das minas
fica claro como se amanhecesse
o poeta jovem está ouvindo o sonoro
canto das asas dos acroplanos
e chora
e cerra os dentes
e chama para longe
e claramente o ouvem e se agitam
e crescem e avançam
os homens
as silenciosas mãos são a tua voz
Langston voz dos escravos
imponderáveis subtilìssima mãos feitas
de fogo vivo e è um incêndio que alastra
alastra alastra
na Geórgia e na Carolina do Sul
em São Paulo
rubras gigantescas mãos cada vez maior
crescendo multiplicando - se na Geórgia
e na Carolina do Sul em São Paulo
nos confins da velha África ultrajada
nas aldeias e nas cidades
as silenciosas mãos atravessam as paredes
das cadeias e tocam suavemente o coração
dos heróis suavemente se abrem no coração
de Bob
Poema fechado , fala dos tempos
] dos mistérios e medos )
da nossa provação
Falarás de dentes cerrados ,
paras que nitidamente
te ouçam os que sentirem
a angústia que os tempos
geraram sobre os ombros
Nada lhe dirá entretanto
na tua voz sabia
que eles `já sabiam ,
somente
correrá mais impetuoso
sangue nas suas veias inchadas :
somente
acordarás na noite gritos milenários
e farás empalidecer
os que negaram .
( Que suaves mãos me tocam na fronte suada ? )
Aqueles que fecharam de trevas
o universo inteiro ,
fechando - o ,
não suspeitaram que è fundo das trevas
que a luz vem :
aqueles que deturparam o sentido das palavras ,
porque vivem da confusão ,
não sabem que è do caos que nascerão os mundos .
Ah , para além das palavras
há sentido do tempo
para quem o sentir !
Fecha - te poema sobre ti mesmo ,
que ninguém te entenda
senão os que podem entender
o sentido das horas humanas
num quadrante solar :
fecha - te , que fechado , selado
por todas as angústias ,
acordarás no sangue dos heróis
as marés da ira .
Os carros vinham despedaçados
da longa viagem quando os homens
e animais chegaram à beira do grande
rio .
( O vento dormia entre os salgueiros )
Olharam as suas àguas cheias de barcos
conduzidos por homens Trigueiros e mulheres
de cabelos compridos e seios erectos .
( Escuta minha amada , este poema de amor )
Era um estatuário majestoso e tranquilo , suas
águas verdes e azuis desendentaram os homens ,
que vinham exaustos , e os animais quase mortos
A multidão lavou as feridas , e acendeu fogueiras
na noite que vinha descendo sobre as praias .
O vento dormia . As rãs coaxavam .
Nasciam as primeiras estrelas .
( Afaga - me de manso os cabelos com as tuas mãos em flor ,
que teus lábios me digam palavras simples . )
Então os navegadores trigueiros vieram à praia saudaram
os homens estrangeiros , e ofereceram - lhes canastra de peixes
fresco de todas as espécies que havia no rio .
E vieram as alfaias agrícolas , que vinham nos carros , olharam
os homens e animais exaustos , sabiam là de que duros trabalhos ?
e , na sua voz cantada e ardente , que lhe saia da boca , dos olhos e
das mãos , disseram - lhes : ( O vento acordou no salgueiral )
Bem - vindos sejais , irmãos . Não vos perguntaremos donde vindes
nem a que desolação , seca , flagelo , praga ou guerras fugis :
Basta - nos saber , e isso è evidente nas vossas faces , que sois gente
de rapina , ou nação guerreira , parasitas daninhos e vorazes que odiamos .
Nòs que vivemos da pesca e da navegação , ligando com as nossas proa
as varias cidades ribeirinhas disseminadas ao longo do grande rio , amamos
a paz e o trabalho .
Mas , vede , toda esta planície por vòs trilhada , na vossa jornada , è rasa e fértil ,
mas espera ainda os homens que venham fecunda - la .
Vòs que sois camponeses e que buscais , por certo terra nova para os vossos arados ,
porque não haveis de lançar aqui sementes ?
Nòs vos daremos peixe em troca do vosso trigo , e vos traremos nos nossos barcos
tudo o que precisares , e venderemos nas cidades ribeirinhas , disseminadas por todo
o curso do nosso rio o excedente das vossas colheitas .
( Eu amo - te , amor , mas queimo como um sopro de fogo , fala - me de manso ,)
Os homens que vinham exaustos de penosa , tragédia jornada , perdida para là dos desertos ,
agora assolada pelos ávidos , bárbaros invasores , olharam em silêncio os homens trigueiros
do grande rio , e lhes estenderam as mãos
E chamaram as mulheres e as crianças e deram - lhes a boa nova .
E acenderam fogueiras , prepararam os peixes , e mataram anhos brancos , e os comeram
mai - los homens trigueiros e as mulheres de cabelos compridos e seios erectos .
E ergueram cantos de fecundidade e abraçaram - se e dançaram atè que o sol veio .
( Canta - me , meu amor , uma canção de ninar , e dà - me os bicos dos teus seios , eu sou um
menino . )
Assim nasceu a cidade do estuário : e as mulheres de cabelos compridos e seios erectos , conheceram os homens que chegaram exaustos da longa jornada : e os homens trigueiros ,
que conduziam os seus barcos nas rotas do grande rio , falaram de amor às mulheres claras ,
cujos cabelos eram de cor de feno seco , e cujos seios vinham murcho de tantos trabalhos
e fomes . ( Levanta - te , vento , enche as velas )
E com o vir dos tempos , assim as searas e os pomares brotaram e floriram na planície
fecunda e rasa , agora plena , uma nova raça de homens fortes e mulheres bravas e belas
traçou as ruas e praças e cais da sua cidade pacifica e construiu as suas leis progressivas
e sabias .
( Sim meu amor , esta è uma página da nossa história comum , e um poema em si mesmo .
Um dia , ávidos monstruosos chegaram ali também os bárbaros e saquearam e destruíram
a cidade pacifica , onde as leis eram sabias e os homens obreiros serenos e diligentes .
Mas novas cidades como esta , novas raças , novas leis sabias , surgiram no curso do grande rio infindável , e surgirão cada vez mais numerosas certo , tão certo amor , e inevitável como o fim próximo dos bárbaros . )
Senhora minha mãe Terra ,
boa mãe me geraste e me deste
os seios , homem pleno , eu te
estou amando , teu corpo molhado ,
teus cabelos , teu ventre fecundo e
eternamente virgem , tu me pariste
por uma noite sem lua , há quantas
noites imensas ?
Tu me deste os grandes seios , eu os deixei
em sangue , noites e noites vieram, eu mamando ,
eu crescendo , crescendo , de berros acordei os astros ,
meus irmãos bichos pararam na floresta , sentiram minha
grandeza , encheram teus seios , Mãe encheram a noite ,
minhas artérias se encheram , minhas veias , meu sexo ,
a floresta chamou as ventanias e gemeu com as alcateias
um canto de ameaças , vieram raios e trovões com assombro
e medos , tu me escondes nas dobras do teu ventre , no entanto
a alvorada vinha do outro lado do mundo ,era o Pai Sol , que me
queria saudar , meu claro , rubro Pai , eu parei no meio da planície
sem limites , homem pleno , há um rumor de seiva , estalar de folhas
e ramos vermes e pássaros , latejar da minha carne , è quase dia agora ,
ai vem , meu Pai galgando as montanhas , dia de glória para nôs , Senhora
minha Mãe Terra .
Depois será como se nascêssemos
de novo , trouxemos para o dia
a nossa mais funda face .
Dia de chuva solar em nossos cabelos
iluminados . Erguemos os ombros
cansados . E nos reveremos nas águas
do próprio rio que somos , inextinguível
Pousarão as aves marinhas e as terrestres
nos nossos ombros escorrendo sol e limos ,
e as rãs adormecerão nos paùis
onde nos diluímos sofregamente raízes
E os peixes e os navios navegarão
em nosso sangue , na maior das
navegações de todos os tempos
Erectos estará nosso braço , e formidável
Sob as nossas mãos crescerão as formas
anunciadas e as palavras brotarão dos
lábios , e serão searas e aves do tamanho
do mundo
Não ,
não me venhas com vãs
filosofias ou morais duvidosas
basta !
deixem as convenções
atrás da porta :
para os que vierem simples e nus
eu estarei no átrio
e os receberei .
Eu edificarei a minha casa
( estou edificando )
no topo no mundo dentro de mim mesmo ,
e , em , verdade vòs comigo
a estais edificando
sò de ouvir - me , ainda que acheis singular
ou talvez idiota
que os versos sejam traves , pedra ,
cimento e aço
e a vontade e os braços de calafetes
e os moços de trolha .
Ah , è preciso ter olhos penetrantes
que vejam através das paredes !
E não tereis vòs olhos penetrantes ?
Nada hà em mim
que em vòs não esteja ,
somente a descoberta ,
um por um , tereis de fazê - la .
là onde
talvez escondas
de ti mesmo o belo
rosto de navio
que desenhaste
um dia na noite
de Altamira
ai onde
derrota após derrota
teu destino è reconstruir
na beleza e na alegria
que inventares
teu rosto
teu navio
teu rastro ardente
nas trevas
ai na renúncia no massacre
quotidiano
no medo no desespero
na mais atroz ignorância
do que ès do que podes
nos golpes que te varram
flanco ma flanco
ò assustador obscuro bicho
no seu covil
Aì na fundura
do poço que escavares
em teus próprios fundamentos
para te esconderes escondo - te
de ti mesmo
os restos abjectos
do que devia ser a face luminosa
terrestre
dos conquistadores celestes
aì
onde há um leão que ruge
no fundo de cada criatura
aì hás - de
a desfilada cavalgar tu também um dia
teus còrceis
de fogo e tempestade
a toda largura
de teu paìs terrestre
Suspensa estrela ou mar
onde adormeço cansado
das viagens que te fiz ,
translúcido cristal
onde amanheço
subitamente jovem ,
nu , feliz ,
na brisa que nos vem
desse país onde habitamos
logo no começo - em ti , líquida estrada ,
nave , berço memorável da última raiz
vulcânica do homem , ò cidade onde
a mesma substância a si se baste num
cântico de espuma e claridade
em ti renasce o rio que sulcaste
desde o fim ao inicio , noutra
idade quando eras sol e fruto ,
céu e haste .
Vem , meu amor , e vergados , floridos
de tormento sob a amarga primavera
de destroços , sórdidos e divinos ,
uma vez mais re - construamos a nossa
a nossa humana face .
Que è feito de tudo o que foi querido ?
O que amamos onde foram , onde estão
eles ? Não choremos agora que em vão
seria , antes sob tanta dor , em nòs
próprios busquemos a sua
perdida face
Sós , no pavor deste mar
de chamas abraçados , submersos
no caos , no asco na maldição
apocalíptica , ainda nos resta
o nosso amor , a nossa espantosa
e fecunda serenidade
Fito - te querida , e a voz com que
me chamas obscura e terrível ,
abre - se como um abismo onde
me despenho exasperado , de
mim sedento ;
contigo nos braços , atravesso
as paredes cerradas do ódio ,
o muro ácido das trevas e ,
fundo , em teus flancos
cravo os rubros de madrugada
Sim , meu amor , vergados e floridos
de tormentos e espanto sob esta amarga
primavera de destroços , somos nòs ainda
a semente , o rio , a estrada onde indestruìdos
ressoam os passos e as vozes da jornada
Eu sou o vento
que havia de vir
onde os homens
nasceram para
amar ,
eu sei que jà nada
nos poderá separar
eu beijo - te na boca
na face com todo o
nosso amor
eu sopro
e trago comigo
a chuva e os poemas ,
canto , levo sementes
redentoras , lanço - as
conscienciosamente ,
eu sou o vento semeador
as minhas sementes são
o amor e o meu gesto
è o mais belo que o mundo
viu ; da terra negra os homens
novos brotam e as novas mulheres ,
erguendo os braços , o sol os veste
de fraternidade
eu sou o vento que havia de vir ,
o vento necessário , escutai a
canção admirável dos meus
lábios de poeta
e deixai que eu passe ;
eu quero beijar - te suavemente
em flores magnificas
que se está a conceber , deixai que
eu passe bonançosamente e semeei
em paz , quando não passarei de
qualquer forma , serei o furacão que tudo
subver - te , pois a sementeira terà de se fazer
VEM ,
tu ès a minha rapariga ,
aquela que eu espero
sem preconceitos errados
nem cinismos de espécie
alguma porque ès humanamente
pura e digna das caricias que guardo
desde o fundo de mim .
VEM .
ò minha rapariga , ò companheira resoluta
que irás comigo partilhar os caminhos bons
ou difíceis dos próximos dias das próximas
jornadas, enquanto desvendarmos os
mistérios da nossa unidade em terra e em sangue ,
caminharemos lado a lado , o mundo será nosso ,
debaixo dos nossos pès brotarão fontes , seremos
claridade
VEM ,
e eu levarei as crianças travessas dos meus
olhos a brincar , junto dos teus que são
piscinas de águas fosforescentes com pepitas
de ouro no fundo e cheias de peixes multicolores
VEM
e serei o sudoeste bonançoso afagando as dunas
macias dos teus seios
mai - los teus cabelos longos ,
diluídos entre blandiciosos
perfumar - te - ei de maresia
e cantar - te - ei uma canção
canção de amor suavíssima
VEM ,
e hei - de espremer a carne sumarenta
da tua boca entre os meus beiços
queimados das sedes o fundo de mim
VEM
eu sei que viràs nua no corpo e na alma
na hora própria de nòs dois e rasgarei
a leivas vermelha do teu sexo , semear -
- me - ei e refloriremos
floresypoesia: A PRIMAVERA: A PRIMAVERA Quem me quiser dar uma nova esperança perdida , dar - lhe ei por ela a vida È paga muito desigual a que ofereces a q...
Quem me quiser dar
uma nova esperança
perdida ,
dar - lhe ei por ela
a vida
È paga muito desigual
a que ofereces a quem
te der a sombra de um
bem que è sujeito a
tanto mal
E SE A VIDA menos vale
que uma esperança perdida ,
não è menos dar - lhe a vida
COM OS DESEJOS
de há vê - la :
PROMETES muito em teu
dano , mas cuido que faço
engano em dar pouco por ela .
Se a vida te importa tê - la ,
porque dàs por ela a vida?
PORQUE uma e outra è perdida ;
Onde achaste em tais casos
Menos a tua esperança ?
Perdeu - se numa mudança ,
Nunca dela dela soube mais .
Se deres dela os sinais.
Te será restituída :
Vai cerrada e não
fugidia
floresypoesia: DINOSSAUROS EM JANEIRO: DINOSSAUROS EM JANEIRO DE TEMPOS EM TEMPOS , O MUNDO TORNA - SE NOUTRO , RENOVA - SE SUCEDEM GERAÇÕES , VÃO CADA VEZ MAIS AO FUNDO...
VÃO CADA VEZ MAIS AO FUNDO , SOTERRADOS A
ALICERCES , PISO , COVA ,
sob os passos que tu pisas ,
apartado a reboque ao desconecto
os valores e poderes , cristalizados ,
em rocha permanente .
OBELISCOS IMUTÁVEIS ,
MARCAM SECTORES
das antigas almas que encarnamos ,
denegadas , vagam soltas na mente .
O NOVO MUNDO vê - nos como fósseis .
Nas luas que ficaram perdidas , nas auroras
a muito amanhecidas que num despontar
a mais , EIS ; SOLTAREM ROTEIRO DAS
VIDAS , DESPRENDERAM SEQUER
DESPIDAS .
LONGE AS VEZES NOUTRO MUNDO
ANDO A VAGAR ENTRE DINOSSAUROS ...
ENTRE CASULOS OCOS DE BORBOLETAS ,
EXPLORANDO , NÃO ONDE , MAS
QUANDO .
ARQUEOLOGIA de vestígios e muros ,
escavo areias num girar de ampulhetas .
A ALMA CONFINADA NESTA TERRA ,
por fora , aqui corpo ; longe por dentro .
O RELÓGIO fará a todos os estrangeiros ,
alienígena na era ,
NESTE NOVO , novo , novo que enfrenta
de tempos em tempos dinossauros em Janeiro .
Rasque o teu destino
rega as tuas plantas ;
ama as tuas rosas
o resto è sombra
de árvores alheias
Enquanto não atravessarmos a dor da nossa própria
solidão ,
continuaremos a buscar - nos noutras metades ,
para vivermos a dois , antes è necessário ser um
Aprendo que não posso exigir o amor
a ninguém ... posso apenas dar boas
razões para que gostem de mim .. e
ter paciência para que a vida faça o
resto
Na vida e no amor , não temos
garantias ... portanto não as
procure ... viva o que tem de
ser vivido .. sem medos ...
O medo è um dos piores inimigos
do amor e da felicidade
Quero ignorado e calmo
por ignorado , e próprio
Por calmo , encher os meus dias
de não querer mais deles
Aos que a riqueza toca
o ouro irrita a pele
aos que a fama bafeja
embacia a vida
aos que a felicidade
è o sol , viva a noite
mas ao que espera
tudo o que vem
è grato .
Eu não sei senão amar - te
nasci para te querer
ò quem me dera beijar - te
e beijar - te atè morrer ...
te amo meu amor!
Beijos estejas onde estiver
te amarei atè a minha morte
mesmo após ela o meu amor
por ti è eterno