sábado, 29 de outubro de 2016

INCANDESCENTES REMOS

INCANDESCENTES REMOS

Longos vales florescem na manhã
do sonho que te sonha ave , estrela ,
doce visão terrestre que de vê - la
fica cego olhar , secreto amor

da morte , onde viver è esquecê - las
Universo nocturno da manhã para
habitarmos , trânsfugas da vâ glória
de deuses mortos sem sabê - la .


Vento vinho do mar , cósmico
gosto , renasces na areia que
incendeias quando afundo os
dedos no teu rosto

Assim me encontras nas areias
mortas do que fui , rio cujo rosto
viaja sem descanso em tuas veias

Que mistério nos cruzou nossas estradas ?
Em que nocturnos mar nos conhecemos `
Quando  sob o luar adormecemos
quem nos conduz às barcas ?

Que morta pátria nunca esquecemos ?
Que habitação solar , que face alada ?
Que deuses não sabendo nada nos forjam
de fogo estes remos ?

Que visão perseguimos ? que substância
imortal e vã  , cego voo , ânsia buscamos
um no  sem cessar outro ?

Toco - te com o dedo nas espáduas :
e sùbito um relâmpago  nas águas
atravessa invencível noite e mar .


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