quarta-feira, 26 de outubro de 2016

CANTO DE AMOR EM HEROSHIMA

CANTO DE AMOR A HEROSHIMA

Vem , meu amor , e vergados , floridos
de tormento sob a amarga primavera
de destroços , sórdidos e divinos ,
uma vez mais re - construamos a nossa
a nossa humana face .

Que è feito de tudo o que foi querido ?
O que amamos onde foram , onde estão
eles ? Não choremos agora que em vão
seria , antes sob tanta dor , em nòs

 próprios busquemos a sua
perdida face

Sós , no  pavor deste mar
de chamas abraçados , submersos
no caos , no asco na maldição
apocalíptica , ainda nos resta
o nosso amor , a nossa espantosa
e fecunda serenidade

Fito - te querida , e a voz com que
me chamas obscura e terrível ,
abre - se como um abismo onde
me despenho exasperado , de
mim sedento ;

contigo nos braços , atravesso
as paredes cerradas do ódio ,
o muro ácido das trevas e ,
fundo , em teus flancos
cravo os rubros de madrugada

Sim , meu amor , vergados e floridos
de tormentos e espanto sob esta amarga
primavera de destroços , somos nòs ainda
a semente , o rio , a estrada onde indestruìdos
ressoam os passos e as vozes da jornada





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