sábado, 29 de outubro de 2016

POEMA PARA LANGSTON

POEMA PARA LANGSTON

As silenciosas mãos
atravessaram a espessura
das cadeias desceram às
minas e cantaram nas bielas
e nos êmbolos  correram ao
longo dos trilhos e abriram
- se cerraram - se no coração
do poeta



eu estou chamando os nossos
irmãos negros da Carolina do Sul
hoje mesmo lincharam Bob nosso
companheiro eu estou chorando
contigo nosso irmão negro da
Geórgia de São Paulo

nosso irmão negro que trouxeram
de África com cadeias aos pès
ah ! mas as silenciosas mãos
crescem na noite e erguem - se
fecham - se implacáveis
e as paredes das cadeias estremecem
e no fundo das minas
fica claro como se amanhecesse
o poeta jovem está ouvindo o sonoro
canto das asas dos acroplanos

e chora
e cerra os dentes
e chama para longe
e claramente o ouvem e se agitam
e crescem e avançam
os homens
as silenciosas mãos são a tua voz
Langston voz dos escravos
imponderáveis subtilìssima mãos  feitas
de fogo vivo e è um  incêndio que alastra
alastra alastra
na Geórgia e na Carolina do Sul
em São Paulo
rubras gigantescas mãos cada vez maior
crescendo multiplicando - se na Geórgia
e na Carolina do Sul em São Paulo
nos confins da velha  África ultrajada
nas aldeias e nas cidades
as silenciosas mãos atravessam as paredes
 das cadeias    e tocam suavemente o coração
dos heróis suavemente se abrem no coração
de  Bob










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