quarta-feira, 26 de outubro de 2016

ALADO ROSTO

Eis
a estrada o rio
a noite a aurora

O vórtice negro
a carola segue a
madrugada

Caminho
hà dois milhões

de anos
sou eu próprio
o mar
e o navio

atravesso lado a lado
montanhas planícies

incansável viajo
na fome no lume
que me devora

sobre os ombros
sangrentos
abrem - se meus dois
rostos na minha cabeça

o alado rosto emerge
simétrico do outro feroz
sua contradição inimigos
e irmãos devorando - se
renascendo anjos e demónios

Caminho a milhões de anos
oh glória
oh destino

busco a alvorada as faldas
da manhã

viajo
na fome que me devora




Sem comentários:

Enviar um comentário