Rompe galopeia abate vibra
picaretas de aço estão vibrando
e eu estou soltando a voz universal
mulher abri teus làbios
te darei as palavras
os meninos estão - me coroando
de flores campestres e de serpentinas
coloridas
e entendem a minha palavra e brincam
comigo as mulheres estão concebendo
e eu me orgulho pleno agora o cântico
dolorido dos escravos
e o tilintar das correntes vem do fundo
dos tempos e me comove eu ergo um
cântico cheio de redenção as picaretas
estão rompendo uma nova estrada as
charruas estão cantando na madrugada
clara
eu estou semeando e os meus versos
são pássaros e asas e hélice na luz
das estrelas eu leio os meus versos
o clamor dos escravos me comove
meu coração está transbordando
pegai na minha voz ò ventos !
pegai na minha voz ò tempestade !
soprai levai os meus versos
dai - lhe a grandeza dos fenómenos
necessários dissolvei - vos meus
versos nas chuvas benéficas correi
nos rios caudalosos e nos rios tranquilos
sede as ondas e o sal as marés os peixes
inumeráveis do hospitaleiro mar
nascei borbulhai na boca do povo falai a
linguagem fraterna dos companheiros unidos
cantai ao sol esplêndido da manhã nossa enchei
os canais e as sebes de música suavíssima voai
milhões de pássaros voai meus pássaros plenamente
livres floresci meus versos e estação propícia e as
mulheres e homens louras e morenas estão apodrecendo
na planície e fertilizando - a os meninos me estão coroando
de flores campestres e serpentinas coloridas
entendem o sentido das minhas palavras
eu lhes falo suavemente
mas a minha lìngua è ainda retórica ou
eu a queimarei eu me despirei hoje mesmo
tu minha amada chicoteia - me !
cuspe na minha face !
se me achares indigno de falar os meninos !
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