terça-feira, 8 de novembro de 2016

PALAVRA

PALAVRA

Nòs não queremos choros ao pè de nòs !
Nòs não queremos medos ao pè de nòs !
Cânticos desgraçados afastai - vos de nòs !

Profetas do desespero ide - vos embora ! ,
e vòs filósofos tristes , ò desiludidos da
vida e da beleza que não tendes !

Aqui ninguém se rende , ninguém desiste .
Nòs vamos em busca do país da aurora .

Nòs somos seres em marcha ,
a própria marcha , pès com raízes ,
corações de lava e olhos que são
estrelas acesas na treva .

Desde o fruto dos tempos e de nòs ,
ei - nos rompendo para diante , sofrendo
e gerando , a pátria sonhada no fim do nosso
 olhar .

E cada derrota fazendo uma ânsia
renovada , de uma cicatriz um sinal
de glória , passo a passo abrindo ,
rasgando nosso caminho , muralha ,
navio avançado , indomável .

Quem pode aqui falar de irremediável ?
Quem virà pregar , a nòs , sujeição ?
Ao largo , traficantes de paraísos celestes ?

Aqui , na terra , está a nossa grandeza !
Aqui , na terra , está o nosso destino !
Venham os arados ! Venham os arados !


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