quinta-feira, 17 de novembro de 2016

Ò MINHAS MATINÈS CHEIAS DE ALVOROÇO INFANTIL

Ò minha noite maravilhosa ,
que vinhas e de despias e metias
comigo na cama , e eras uma negra
cheia de mistérios  : e não tinha medo
nenhum , era tudo tão extrordinàrio mas
natural :

agasalhava em meu corpo de menino

e os sonhos que eu tinha
eram cheios de claridade
sùbito , às vezes acordava
 aos ecos , là de fora , de
medonhas trovoadas , de
chuva e vento assarapantando
a minha casa que estremecia ,
e as árvores e os pássaros que
gritavam .

Mas tu , boa negra , voltavas
a acariciar - me de manso , e eu
aninhava meu corpo pequenino
entre as dunas dos teus seios
 quentes , e voltava aos meus
sonhos de claridade .

Minha boa negra , ò minha noite
tropical , como a lua là fora a
enflorar os palmares e o teu
aconchego , incessante de
 mistérios os meus sonhos de
 menino !

Ah , minha noite acolhedora
e despida , mai - los teus maravilhosos
brinquedos e as dunas macias com que
brincavas ,

do teu corpo negro , que era toda claridade !

Ah , minha negra , submissa e envolvente
que sem pecado vinhas e te despias e metias
comigo na cama , quando eu morava na Maxaquene ,

ò noite maravilhosa e pura ,
ai , que è feito do teu menino !


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