segunda-feira, 7 de novembro de 2016

VENTO

VENTO


à beira rio uma criança estava num jardim
a separar as pombas dos melros por causa
do milho a cair sob o olhar atento das
gaivotas e o silêncio rente das andorinhas ,
no meio das folhas irrequietas das árvores
a criança agarrou um papel com palavras
e imagens que a meio do vento me fugiu

das mãos , a criança pediu - me
que fizesse daquela página solta
um avião ou um barco , disse - lhe
faz tu , eu sò ajudo , não sei voar
nem navegar , a criança começou
a sonhar com a habilidade e a
 imaginação . o coração começou
- se a abrir como uma cor e a cabeça
fechou - se como uma concha

no fim da história apareceu a mãe a
dizer a criança não estragues o poema
è desse senhor ,

respondi - lhe foi o seu filho que me
ensinou a voar e a navegar por um
instante , foi ar que se nos deu ,

não pertencem a ninguém acaso ,
vivacidade , sei là , arte não tem
dono , anda por aì , ainda bem ,
amen


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