terça-feira, 8 de novembro de 2016

O POETA

( Não o poeta que tem a cadeira
  de cálculo das probabilidade e
  sabe de jogos de azar , nem Einstein
  a este poema não è absurdo , porque a
  vida não è absurda : è confusa para nòs
 que ainda somos meninos ) .

Amanhã serei a simples palavra ,

nota de música :
agora menos o sou ,
e tudo o reste que aqui
falo me está sendo .

Árvore , chama , pensamento ,
pedra , Lua , praga na boca
daquele homem que se
 embebedou por saber que a
 mulher fugiu com o melhor
amigo , fechar de pálpebras ,
último fechar de pálpebras
naquela face que se imobiliza :

Eis onde o circulo , secreto ,
subterrâneo , prudente sábio
e eficaz ; atento e reversível .

Vogando , ao ritmo dado :
ritmo no mar , nos rios , nas
nuvens , nas plantas a crescer ,
nos grãos a germinar , nos
machos a possuírem as fêmeas ,
ritmo nas leis dos astros , ritmo
nas leis da matéria , ritmo .

Ritmo no amor , no nascimento ,
na morte .

Ritmo no vento em que viajarei .
Ritmo no vento que hoje mesmo
sou .
Viagem e ritmo .



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