terça-feira, 8 de novembro de 2016

FloresyPoesia ( Petry Flowers )

Estarei na seiva ;
no fluir das águas
e dos sonhos .

Agora
um pedaço de terra
fechada nas minhas
mãos è um pedaço

de terra , amanhã serei
eu a terra fechada nas
mãos e uma semente
de fava ou de eucalipto
no meio dela .

Ou espermatozóide , de vibrátil
cauda .

Viajarei com as aves do tempo ,
entre a penugem das rèmiges .

Irei nas malas , nos cestos , nos
caixotes , nos fardos , nos livros
proibidos :

Os guardas das alfândegas
não terão mais olhos para
me ver : Ò ingénuos , ò ludibriados !

Eis - me anónimo . ( Verdadeiramente sem mascara ) .

Não terei cartão de identidade , não terei nome
( Poetry Flowers ? ) , numero , altura , cor , peso ,
sinais particulares ; não precisarei de licenças de
passaporte ( eu , o grande viajante ! ) , nem de
bilhete de identidade , vá por aqui , espere , ouça ,
olhe là , as multas não serão para mim , os insultos
não serão para mim ; não esperarei que o sinaleiro
apite e abra os braços para que eu possa atravessar
a avenida vibrante do surdo , , absurdo e belo ritmo
do tráfego , dos homens carregando em seus braços
os camiões , os comboios , os bancos , os cais , os
 navios , os  canhões  , os martelos , as prostitutas ,
as leis , os símbolos , os sonhos :
dispersos , anónimo , pulverizado , diluído e sereno .

Cada grânulo , cada electrão , com o seu peso , medida ,
carga eléctrica infinitésimas , porém cheias de infinitas
possibilidades .

Um átomo está aqui  , na Europa , outro na América ,
outro em Sirius , ou além no fundo do Universo : porque
se não hão - de  encontrar , reunir um dia ?

Quem ousará negar ?






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